Iolanta / O Quebra-Nozes


Répétitions Iolanta / Casse-Noisette


Iolanta


Musique Piotr Ilyitch Tchaikovski Livret Modeste Tchaikovski D'après Henrik Hertz, La Fille du roi René

Direction musicale Alain Altinoglu 
Mise en scène Dmitri Tcherniakov

Roi René Alexander Tsymbalyuk 
Iolanta Sonya Yoncheva 
Vaudémont Arnold Rutkowski 
Robert Andrei Jilihovschi 
Ibn HakiaVito Priante 
Alméric Roman Shulakov 
Bertrand Gennady Bezzubenkov 
Martha Elena Zaremba 
Brigitta Anna Patalong 
Laura Paola Gardina


Casse-Noisette
Ballet en deux actes (1892)

Musique Piotr Ilyitch Tchaikovski
Chorégraphie Sidi Larbi Cherkaoui 
Edouard Lock 
Arthur Pita
Marion Barbeau 
Stéphane Bullion 
Nicolas Paul 
Aurélien Houette 
Yvon Demol 
Takeru Coste 
Alice Renavand 
Sofia Rosolini 
Simon Le Borgne 
Caroline Bance 
Charlotte Ranson

Mise en scène Dmitri Tcherniakov Décors Dmitri Tcherniakov Costumes Elena Zaitseva Lumières Gleb Filshtinsky Chef des ChoeursAlessandro Di Stefano
Les Étoiles, les Premiers Danseurs et le Corps de Ballet
Orchestre et Choeurs de l'Opéra national de Paris
Maîtrise des Hauts-de-Seine / Choeur d'enfants de l'Opéra national de Paris

Photos © Agathe Poupeney / OnP

Compositor: Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893)

Direção: Dmitri Tcherniakov

Orquestra: Orquestra e Coro da Ópera de Paris

Duração: 1 Ato - duração: 3h00 (opera e balê)

Elenco:
Elenco Iolanta: Alexander Tsymbalyuk, Sonya Yoncheva, Arnold Rutkowski, Andrei Jilihovschi, Vito Priante, Roman Shulakov/ O Quebra-Nozes: Marion Barbeau, Stéphane Bullion, Corpo de Baile da Ópera de Paris

Tchaikovsky é um dos mais populares compositores do mundo, e suas sinfonias e concertos são interpretados incontáveis vezes todos os anos, mundo afora. A beleza, ao mesmo tempo, exuberante e simples de suas inesgotáveis melodias, a riqueza de sua orquestração, a intensidade tanto de seus momentos mais brilhantes quanto nos mais melancólicos são uma espécie de emocionante convite à aceitação humana, de uma verdade que só a música pode exprimir. Seus balés são os mais executados e amados dentro de sua obra, muitíssimo mais conhecidos que suas belíssimas óperas. Este Quebra-Nozes é obra consagrada do calendário natalino das maiores companhias de dança, dos cinemas e das emissoras de tevê. Mas eis que, mais de cem anos depois, revela-se ao grande público que seu adorado balé foi composto em conjunto com a ópera Iolanta. E o encanto – surpresa! É ainda maior.

As duas obras foram compostas quase ao mesmo tempo e estrearam na noite de 6 de dezembro de 1892 no Teatro Mariinsky, em São Petersburgo, que encomendara as peças à Tchaikovsky, mas o impressionante sucesso do balé parece ter eclipsado Iolanta. Após a morte de Tchaikovsky em 1893, o compositor e maestro Gustav Mahler garantiu sua estreia alemã em Hamburgo. Uma nova produção de Iolanta será realizada somente em 1940 pelo Bolshoi que teve o cuidado de apagar qualquer referência religiosa para não violar a ideologia soviética. Entretanto, será apenas em 1984, que o maestro Mstislav Rostropovitch vai registrar essa ópera, na Sala Pleyel, em Paris, em um renascimento de Iolanta graças à magnífica interpretação da grande soprano russa Galina Vichnievskaïa. No verão de 2009, em Baden-Baden, Anna Netrebko apresentou a sua Iolanta, que rodou o mundo em consagração. Indagada sobre as razões de sua preferência para o papel-título de Iolanta, sua resposta foi muito simples: “É música que faz você feliz. É uma ópera magnífica”. Mas as duas pequenas obras continuavam separadas.

Tchaikovsky tinha previsto em 1883, escrever uma ópera a partir de “A Filha do Rei René”, do dramaturgo dinamarquês Henryk Hertz (1798-1870), a quem devemos quarenta livros. Entregou a escrita do libreto a seu irmão Modest. O resultado satisfez ao compositor que compôs primeiramente o balé a partir do conto O Quebra-Nozes escrito por E.T.A. Hoffmann em 1816.

O que há em comum entre esses dois títulos? Música, é claro! Possuem a pungente luz de Tchaikovsky, sua milagrosa invenção melódica. Mas também há essas duas mocinhas diante dos desafios de conhecer a si mesmas e o mundo. Iolanta nasceu cega e seu pai, o Rei, construiu em torno dela um jardim e em volta dele um castelo – e nele é proibido entrar, sob pena de morte! Assim, Iolanta jamais saberá que a visão existe para todos, menos para ela. Que a cegueira não é universal e que a sua pergunta é quase insuportável: “É possível que os olhos não sejam apenas para chorar?”. Em apenas um único ato teremos uma lição despretensiosa e humana a respeito do triunfo da luz sobre a escuridão depois de um “rito de passagem” que lembra a Flauta Mágica de Mozart.

A heroína do Quebra-Nozes, Marie Stahlbaum (a menina-moça de idade, para mim, sempre enigmática), se chama Clara que, quando é uma boneca, empreende sua jornada em um sonho – mas ainda assim uma jornada – repleta de revelação e transformação. E aí está, no encontro das duas obras, o toque de gênio do diretor artístico desta montagem, o russo Dmitri Tcherniakov: uma obra virá da outra. Sem interrupção, o proscênio se alarga, e Iolanta se completa no Quebra-Nozes. Sem qualquer banalidade, com grande acuidade para dirigir atores, precisão nas cenas de grupo e reações emocionadas que vão do riso às lágrimas – são essas as assinaturas de Tcherniakov. E seu alto nível de realização distingue essa produção que será lembrada como marco dessa ressurreição.

Quase impossível imaginar um outro lugar que não a Ópera de Paris para um par tão magnífico de ópera e balé. Seus artistas são fabulosos, sua orquestra é perfeita para estes acompanhamentos precisos e líricos e está soberba nas mãos do maestro Alain Altinoglu. A Iolanta da soprano bulgara Sonya Yoncheva é incandescente, uma beleza feliz a cada momento, e se destacam também, as magnificas vozes do baixo Alexander Tsymbaliuk em Rei René, e do barítono Vito Priante, “padrinho” do Festival Ópera na Tela.

E ainda que este não seja um festival de Balé na Tela, abençoados sejam todas as estrelas do corpo de baile da Ópera de Paris. Suas coreografias foram confiadas a três destacados coreógrafos contemporâneos: Arthur Pita, para festa de aniversário, Edouard Lock, para a viagem no cérebro da heroína e o belga-marroquino Sidi Larbi Cherkaoui, para a famosa valsa das flores.

Bom espetáculo!

Iolanta: A princesa Iolanta é cega de nascence, mas não sabe da existência da visão. Buscando a cura da menina, o rei encontra um médico mouro que revela que a cura depende de que Iolanta saiba a verdade e queira enxergar. O rei declina. Um conde a visita, se apaixona e revela a verdade. Iolanta faz o tratamento e se cura. O Quebra­-Nozes: No jantar de Natal, Clara vê um anjo que profetiza que a noite será mágica. Drosselmeyer chega à festa fazendo truques mágicos e dá vida à bonecos. O presente mais desejado é o Quebra-Nozes. Clara adormece e sonha com um mundo mágico e encantado que explora junto do soldado.

EXIBIÇÕES do filme Iolanta / O Quebra-Nozes